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Considerada uma das maiores líderes da Etiópia, Taytu Betul foi casada com o imperador Menelik II. A imperatriz foi fundamental na derrota dos imperialistas italianos e também fundou Addis Abeba, a capital da Etiópia.
Quem era Taytu Betul?
Taytu Betul foi uma nobre etíope que, juntamente com o seu marido, o imperador Menelik II, governou a Etiópia de 1889 a 1913. É recordada pela sua resistência e pela vitória sobre as forças coloniais italianas e o seu poder político na corte. Foi ela que escolheu a região onde atualmente se situa a capital da Etiópia e lhe deu o nome de Addis Abeba.
Quem era Taytu Betul antes de se tornar imperatriz?
Taytu Betul nasceu numa influente família aristocrática ligada à dinastia Salomónica, por volta de 1840 ou 1851, de acordo com várias fontes, em Debre Tabor, não muito longe do Lago Tana. Casou-se pela primeira vez quando tinha apenas dez anos, o que não era invulgar para uma rapariga nobre nessa altura. Diz-se que teve uma série de casamentos infelizes até que finalmente se casou com o seu quinto marido, o Rei de Shewa, que mais tarde se tornou o imperador Menelik II. Na altura do seu casamento, ela já tinha acumulado algumas propriedades e riqueza.
Como é que Taytu Betul se tornou tão poderosa?
O casamento de Taytu Betul e Menelik foi uma união política poderosa, uma vez que ambas as partes tinham alianças no norte e no sul da Etiópia, respetivamente. Quando se tornaram imperador e imperatriz, estabeleceram mais alianças com os vários governantes da região, em parte através de proezas políticas, em parte através da força militar.
Taytu opôs-se veementemente a acordos com a Itália e ao Tratado de Wuchale, o que efetivamente fez da Etiópia um protetorado italiano
Contudo, Taytu Betul também fez questão de não ser apenas a esposa do imperador. Esteve sempre envolvida na maior parte das decisões políticas, diplomacia e campanhas militares. Os historiadores dizem que ela era vista como igual por Menelik e frequentemente assumia uma posição mais dura em certos assuntos do que o seu marido.
Porque era Taytu Betul famosa?
Taytu Betul ficou famosa pelo seu papel de liderança na guerra contra a Itália, que culminou na batalha de Adwa. Taytu teria comandado 5.000 forças de infantaria e 600 de cavalaria na luta contra os italianos que tentaram colonizar a Etiópia. Taytu opôs-se veementemente a acordos com a Itália e ao Tratado de Wuchale, o que efetivamente fez da Etiópia um protetorado italiano. Quando Menelik e Taytu finalmente cavalgaram para a batalha contra os italianos, Taytu desempenhou um papel crucial na elaboração de estratégias e na condução das suas tropas para a frente de batalha. Obteve uma vitória significativa num forte de construção italiana em Mekelle, onde derrotou os italianos, cortando-lhes o abastecimento de água.
Taytu Betul foi uma mulher invulgar para o seu tempo?
A Etiópia sempre teve mulheres poderosas, mães ou esposas de governantes, e muitas mulheres participaram em campanhas militares – talvez não pegando em armas, mas apoiando os exércitos através da cozinha, limpeza e manutenção da moral. Era menos comum que as mulheres comandassem tropas como fazia Taytu. Em algumas representações artísticas da Batalha de Adwa, ela é vista no meio de combates ferozes – não há, contudo, provas de que ela própria tenha alguma vez pegado em armas. Ela sabia ler e escrever, o que a tornou única. Taytu também gostava de jogar xadrez, gostava de música e tocava Begena, um instrumento de cordas também conhecido como harpa etíope.
Foi Taytu Betul que criou e deu o nome à capital da Etiópia, Addis Abeba, que significa “Nova flor”
O que aconteceu após a morte de Menelik?
Em 1909, Menelik teve um enfarte e Taytu assumiu a maior parte do trabalho político, governando efetivamente o próprio país. Após algum tempo, os seus rivais na família real pressionaram-na a desistir do poder. Alguns historiadores acreditam que ela se tinha tornado demasiado poderosa para o gosto de muitos na corte.
Quando Menelik morreu em 1913, Taytu foi expulsa do palácio principal e a sua influência política desvaneceu-se. Ela morreu em 1917.
Como é que se sabe tanto sobre Taytu Betul?
Sabe-se muito sobre Taytu Betul tanto através de tradições orais, como de documentos escritos e visuais. Pessoas da corte etíope, diplomatas estrangeiros, prisioneiros de guerra italianos e até cartas da própria Taytu descreveram-na ao pormenor.
Um engenheiro suíço, Alfred Ilg, que trabalhou para o imperador e para a imperatriz, também documentou a dupla através de fotografias da vida palaciana.
O parecer científico sobre este artigo foi fornecido pelos historiadores professor DoulayeKonaté, Lily Mafela, Ph.D. e professor Christopher Ogbogbo. A série “Raízes Africanas” é apoiada pela Fundação Gerda Henkel.
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