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Por Éden António
Francis Kéré é um mestre da arquitetura sustentável que se dedica a criar propostas que melhoram as condições de vida das pessoas, ele vem se destacando no mundo inteiro por desenvolver projetos de arquitetura que envolvem as pessoas das comunidades nos seus projetos locais gerando emprego, orgulho próprio, estética e elegância com responsabilidade social, originalidade, profissionalismo, usando materiais de construção retiradas do próprio local da construção sempre levando em conta o meio ambiente, o clima e o povo das comunidades.
O prémio Pritzker é a premiação mais prestigiada no ramo da Arquitetura é como ganhar um prémio Nobel, raros profissionais da área receberam essa honra, Francis Kéré que já conquistou vários outros prémios importantes com os seus trabalhos inovadores, ecológicos, apresentando sempre um nível alto de estética, qualidade e sustentabilidade, foi considerado o Arquiteto do ano 2021 na Alemanha, elevando a arquitetura africana para patamares impossíveis de alcançar no passado e hoje ele faz historia como a voz africana mais alta da Arquitetura, o homem humilde e brilhante como os materiais simples que ele usa, ele tem obras importantes feitas em vários países.
O mestre arquiteto trabalhou em projetos na China, no desenvolvimento do Museu da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em Genebra, na Suíça, no Mali o Centre for Earth Architecturee, em Burkina Fasso seu país, criou pavilhões para exposições, o Serpentine Pavillion em Londres, criou o Sarbalé ke, uma instalação composta de 12 torres para o festival de música e artes Coachella, na Califórnia, Estados Unidos, o campus do Instituto de tecnologias do Kenia, o Goeth Institute no Senegal, um museu no Rwanda.
Kéré é o filho mais velho do chefe da aldeia e o primeiro da sua comunidade a frequentar a escola, e como a pequena comunidade de Gando não tinha escola, nem água potável, nem luz elétrica, o seu pai envio-lhe para uma pequena cidade distante chamada Tenkodogo onde ele tinha um tio, ele teve de deixar a sua família aos sete anos para ir aprender a ler e a escrever ou seja para ir a escola.
Na escola, a sua pequena sala de aula de infância em Tenkodogo tinha mais de 150 crianças juntas, com muita dificuldade e num lugar com poucos recursos, onde sonhar era tudo, era a esperança, o Burkina Faso a norte é deserto, quente e seco.
Mas Deus sorriu para Kéré e mudou a sua sorte, ele recebeu uma bolsa de estudos e foi estudar para Alemanha, a bolsa de estudos de carpintaria em 1885, aprendia a fazer telhados e móveis durante o dia e frequentava aulas à noite. Depois recebeu outra bolsa de estudos para frequentar a Technische Universität Berlin (Berlim, Alemanha) em 1995 onde estudou Arquitetura, graduando-se em 2004.
O grande amor pelo seu país gritava no seu interior e sentia necessidade de ajudar, em 1998, criou a Fundação Kéré para arrecadar fundos e defender o direito de uma criança a uma sala de aula confortável, ainda na faculdade ele começou a desenvolver projetos pensados para explorar ao máximo os poucos recursos de construção local, materiais e tecnologia
Kéré foi premiado pelos seus desenhos “pioneiros” que são “sustentáveis para a Terra e para seus habitantes em terrenos de extrema escassez”, disse Tom Pritzker, presidente da Hyatt Foundation que patrocina o evento.
G1 da Rede Globo
Prêmio Pritzker
O Prêmio Pritzker foi criado em 1979 pelo empresário americano Jay Pritzker (1922-1999) e sua mulher, Cindy, com o objetivo de reconhecer profissionais vivos e ativos que tenham “talento, visão e compromisso em produzir consistentemente grandes contribuições à humanidade por meio da arte da arquitetura”.
O educador, ativista social e arquiteto Francis Kéré foi escolhido pelo júri do para receber a medalha de bronze e um prêmio em dinheiro no valor de U$ 100 mil.É tanto um arquiteto como um servidor, pois melhora a vida e as experiências de inúmeros cidadãos em uma região do mundo, às vezes, esquecida”, disse Pritzker.
O texto acrescenta que Kéré “empodera e transforma as comunidades por meio da arquitetura”, desenhando edifícios “onde os recursos são frágeis e a colaboração é vital”.
“Por meio do seu compromisso com a justiça social e o uso inteligente de materiais locais para conectar-se e responder ao clima natural, trabalha em países marginalizados cheios de limitações e adversidades, onde a arquitetura e a infraestrutura estão ausentes”, disse os organizadores.
Francis Kéré trabalho como professor na Universidade de Munique e na Universidade do Yale nos EUA, ele tem a sua própria empresa com escritórios na Alemanha e no Burquina Faso.
Ele é motivo de orgulho e inspiração para todas as pessoas que vivem em comunidades pobres ou com dificuldades que parecam impossiveis de prosperar ou ter uma vida melhor, nós somos os senhores do nosso próprio destino e precisamos entender que sozinho não se chegar a lugar algum! temos de mudar a forma como olhamos para nós próprios e principalmente como vemos os outros.
Precisamos de todos, a nossa felicidade está ligada a dos outros e Francis Kéré aprendeu e ensina que com humanidade podemos fazer tudo.
“Não é porque você é rico que pode desperdiçar materiais, e não é porque é pobre que não possa buscar qualidade. Todos merecem qualidade, luxo e conforto. Estamos todos conectados e as preocupações com clima, democracia e escassez devem ser as preocupações de todos”
“Não é porque você é rico que pode desperdiçar materiais, e não é porque é pobre que não possa buscar qualidade. Todos merecem qualidade, luxo e conforto. Estamos todos conectados e as preocupações com clima, democracia e escassez devem ser as preocupações de todos”
Francis Kéré
